sábado, 24 de março de 2012


E o Adeus é sempre triste,
porque não é o ínicio de nada.
Mas é começo do resto.
Tropecei em todos os teus passos
Para não te deixar cair.
Todas as janelas que abri
Queriam deixar-te sair
E saíste...
As palavras que ficaram
Agarradas às paredes
São tinta permanente
Talvez para outros moradores
Sedentos do que também procurei
Em cada queda que dei.

sexta-feira, 23 de março de 2012

E naquele minuto, quando te arrependes,
Sobram as mãos que são tuas.
De punhos fechados ou dedos estendidos,
Suplicas perdão a ti.
Abraças os joelhos e tocas nos pés,
E mergulhas em ti mesmo
Para te esconderes
Dentro da tua própria vergonha.
Pegas nas mãos que sobraram
E partes.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011


Se ao regressar os passos não se seguirem
E o relógio andar ao contrário
Se nada estiver no lugar
Posso não me encontrar?
Se ao regressar rasgar a retina
E abraçar o ar
Se já não conseguir respirar
Posso por fim descansar?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


São sorrisos senhora...
Sorrisos rasgados, mas mal passados!
Inocentes e maldicentes,
Orgulhosos e desgostosos!
São olhares senhora...
Empedrenidos e perdidos!
Adorados e mal amados,
Escarnecidos e esquecidos!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Incompleto


As costas das mãos estão voltadas contra os joelhos frios
Numa suplica de calor.
Os cabelos cobertos por uma neblina de pó,
Caem direitos sobre os ombros nus, ansiando pele.
Pés cruzados no chão fresco, encostam-se como gémeos,
E tremem... por não darem mais os mesmos passos de sempre.
É tarde, demasiado tarde e o frio vai ficar.
Cobre-te! Recolhe as mãos e aninha-te contra o teu peito.